quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Horizonte em chamas

Traços relaxados em uma folha qualquer,
é isso que ganho como resposta por todo este tempo perdido.
Seus olhos tristes revelam cada palavra que você deixou de escrever,
e seus braços inquetos clamam por um forte abraço de despedida.
Mas a racionalidade que comanda todos os teus atos
só te permite me fitar disfarçadamente.
Queria poder trazer a tona todos os teus impulsos contidos,
então nós não precisariamos dizer adeus.
Suas asas já estão abertas,
você nunca me levará até seu paraíso.
Mais uma vez olho solitária o horizonte,
onde você disaparce graciosamente.
Como uma trágica canção de tristes versos de amor
que toma o ambiente carregada de nostalgia.
Ela embala a sua saída triunfante,
novamente você me derrotou e me levou ao chão.
Se você soubesse o quanto quis dizer-te que você não podia voar.
Mas, assim como eu, você odeia escutar.
Já me avisaram que te amar era loucura,
mas para mim, a única loucura era não ver a beleza em teus olhos.
Um grito calado por anos tomou força,
Olhei para baixo e medi o tamanho da queda.
Era alto demais para conservar-te a vida,
mas baixo demais para matar toda a minha dor.
Mesmo assim abri as asas e fui atrás de você,
o vento da queda foi o fim da canção.
E a folha que me destes voou
e queimou-se no horizonte em chamas-seu paraíso- o pôr do sol.

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