segunda-feira, 21 de junho de 2010

últimos momentos

Pequenos cacos de vidros se equilibram sob meus dedos,
o vermelho já tinge delicadamente o chão em um rastro de desistências.
Vejo o reflexo de lágrimas caindo dos meus olhos
então beijo os fragmentos de meus sonhos.

Um sorriso eufórico nasce em meu rosto,
sua sombra dança tremula no fim do corredor,
venha até aqui e socorra essa pobre alma presa do outro lado do espelho
por que aqui já jaz o seu corpo, com um coração que teima em bater por amor.

Respira; chora; mente
mas não vive.
Existe, mas não acredita que isso seja o bastante
então só chora, respira e desiste de mentir

Os passos ocos de alguém sem sentimentos
alertam-me de que enfim você se aproxima
te vejo sem sequer abrir os olhos,
sinto seu desprezo pairar sobre mim.

Sorrio e declaro o meu carinho pela rejeição,
o silêncio é a única doce resposta que recebo.
Sinto a pele quente envolver minha flácida incerteza
em um abraço que, quem dera Deus, não tivesse fim

Os cacos tornam-se migalhas em minha pequenas mãos
e as lágrimas se tornam secas e doloridas
o cheiro de ignorância sufoca meus suspiros
então você sorri me diz adeus.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Insegura,vi os olhos vazios de quem não sabe mais nada, nada além da dor que é condenada a levar.

terça-feira, 15 de junho de 2010

"Trazendo a tristeza para o dia a dia, como se fosse boa companhia"
"Tudo isso é rotina, mas machuca.."

sábado, 12 de junho de 2010

Levo na Mochila

Trago na boca relatos de uma vida jogada fora,
nos olhos, lágrimas repreendidas,
no coração algumas faíscas de espereça
e na mochila um pedaço de você

Tenho um desenho da sua face entristecida
guardo alguns versos sobre o brilho de seus olhos
um anel que minto dizendo que me destes
e uma ou duas manchas não bem limpas de seu sangue.

onde estás? por que fugistes de meus sonhos?
Alguns duvidam de sua existência
está difícil sobreviver aqui sozinha
apareça e cale estes loucos !

Encontro com a saudade

na minha mente, vaga solitária,
em meio ao vazio da incerteza momentêna,
uma lembrança de vestes negras e asas quebradas

O rastro de inocência que me marca,
tornando-me atraente aos errados,
sumiu completamente no momento
em que toquei nas feridas cicatrizadas.

Estava tudo claro até tirar seu véu,
o rosto da saudade tive que beijar.
Insegura,vi os olhos vazios de quem não sabe mais nada,
nada além da dor que é condenada a levar.

Eu girei confusa, sem chão
toquei o final e o começo
de uma vida sem explicação
ser cor, sem amor, sem preço.
Dia nublado e frio, o meu clima favorito, mas nem isso me alegra. Tinha tudo para ser bom, para ser estável, ser só uma nuvem passageira que vai embora com o vento congelante.
Mas não, olhar nos teus olhos, sabendo que eles não me pertencem; olhar-me no espelho e saber que não me pertenço, que cada fibra do meu ser está voltada a algo que não a deseja, tudo isso é rotina, mas machuca.
Feridas espostadas ao terrível veneno solto no ar, o "amor". Todos ao redor amando, todas as almas preenchidas de esperança, os corpos vagando em direção a um lugar melhor. O meu perdido, sozinho e maldito. Sem pureza nem esperança, mutilado pelas doces palavras ditas para as pessoas erradas, ouvindo cada sentimento alheio confundir-lhe a mente e matar-lhe a alma.
Que me perdoem os amantes, mas o dia dos namorados é a mais doce tortura inventada pelo homem.