Pequenos cacos de vidros se equilibram sob meus dedos,
o vermelho já tinge delicadamente o chão em um rastro de desistências.
Vejo o reflexo de lágrimas caindo dos meus olhos
então beijo os fragmentos de meus sonhos.
Um sorriso eufórico nasce em meu rosto,
sua sombra dança tremula no fim do corredor,
venha até aqui e socorra essa pobre alma presa do outro lado do espelho
por que aqui já jaz o seu corpo, com um coração que teima em bater por amor.
Respira; chora; mente
mas não vive.
Existe, mas não acredita que isso seja o bastante
então só chora, respira e desiste de mentir
Os passos ocos de alguém sem sentimentos
alertam-me de que enfim você se aproxima
te vejo sem sequer abrir os olhos,
sinto seu desprezo pairar sobre mim.
Sorrio e declaro o meu carinho pela rejeição,
o silêncio é a única doce resposta que recebo.
Sinto a pele quente envolver minha flácida incerteza
em um abraço que, quem dera Deus, não tivesse fim
Os cacos tornam-se migalhas em minha pequenas mãos
e as lágrimas se tornam secas e doloridas
o cheiro de ignorância sufoca meus suspiros
então você sorri me diz adeus.
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